Cruzeiro expõe erros recorrentes e busca soluções sob comando de Leonardo Jardim
- sanajoaogabriel
- 17 de fev.
- 3 min de leitura
Atualizado: 8 de mar.
Na primeira partida sob o comando de Leonardo Jardim com o time principal, o Cruzeiro voltou a mostrar problemas crônicos que há tempos afetam seu desempenho. No clássico contra o América-MG, válido pela semifinal do Campeonato Mineiro, a equipe celeste abriu o placar, teve chances de ampliar, mas acabou cedendo o empate nos minutos finais. O resultado, além de frustrante, escancarou pontos que precisam de correção para que o time evolua ao longo da temporada.
Ajustes táticos e primeiras impressões de Jardim
A estreia do treinador português foi marcada por mudanças na estrutura tática da equipe. Sem um ponta veloz pela direita, optou por reforçar o meio-campo com Eduardo na vaga de Marquinhos, buscando mais presença e controle na região central. Isso proporcionou um jogo mais articulado com Matheus Henrique e Matheus Pereira, além de triangulações que, embora promissoras, ainda carecem de entrosamento.
Outro ponto perceptível foi a tentativa de explorar melhor as laterais do campo. Jardim orientou os alas a atuarem próximos à linha lateral para abrir espaços para os meias. A equipe tentou executar esse conceito, mas a falta de fluidez em alguns momentos mostrou que a adaptação ainda está em estágio inicial.
Problemas recorrentes na saída de bola
Um dos momentos que mais irritaram o técnico foi a insistência em toques excessivos entre zagueiros, laterais e goleiro, retardando a transição ofensiva. Sempre que a equipe trocava passes sem objetividade, era possível notar a insatisfação de Jardim. Além disso, os erros na saída de bola voltaram a ser um problema, resultando em oportunidades para o adversário e tornando o jogo mais arriscado para o Cruzeiro.
Falta de pressão e problemas defensivos
Se ofensivamente algumas ideias começaram a ser implementadas, defensivamente o time ainda apresenta falhas graves. A falta de organização na marcação alta permitiu que o América-MG passasse com facilidade pela primeira linha de defesa, chegando ao campo de ataque sem muita resistência. A recomposição lenta do Cruzeiro também se tornou um problema recorrente, permitindo diversas situações de mano a mano para os atacantes adversários.
Esse espaço excessivo concedido ao adversário não é novidade. Equipes tecnicamente inferiores, como o Uberlândia, já haviam explorado essa deficiência, principalmente devido à falta de combate no meio-campo. O setor, que deveria ser o alicerce defensivo da equipe, se mostrou vulnerável, permitindo que os meias adversários chegassem à área em superioridade numérica. O lance do gol de empate do América-MG ilustra bem essa fragilidade, com Lucas Romero ficando preso dentro da área sem conseguir bloquear a finalização de Cauan Barros.

Dificuldades no setor ofensivo
Mesmo com alguma evolução coletiva, o Cruzeiro ainda precisa melhorar na criação de jogadas pelos lados do campo. Marquinhos, quando atua pela ponta direita, tem dificuldades para se aproximar do restante da equipe. O mesmo ocorre com Dudu, que frequentemente precisa resolver as jogadas de forma individual. No clássico, o camisa 7 não teve sua melhor atuação, embora tenha conseguido algumas combinações promissoras com Gabigol e Matheus Pereira.
Além disso, a bola aérea segue sendo um problema. O time teve diversas oportunidades em escanteios e faltas laterais, mas não conseguiu levar perigo real ao gol adversário. O próprio Jardim reconheceu essa deficiência e afirmou que esse aspecto precisa ser trabalhado nos próximos treinos.
Próximos desafios e busca por evolução
Com pouco tempo de trabalho, Jardim já demonstrou algumas de suas ideias e o que pretende implementar na equipe. Seu foco principal parece ser a busca por um time mais equilibrado, compacto e vertical. No entanto, para que isso aconteça, será necessário corrigir falhas defensivas, aprimorar a movimentação ofensiva e fortalecer a identidade do time dentro de campo.
A semana que antecede a partida de volta contra o América-MG será crucial para ajustes e correções. A classificação à final não apenas manteria viva a busca pelo título estadual, mas também seria um passo importante para resgatar a confiança do elenco e da torcida. O desafio de Jardim é grande, mas a necessidade de evolução é ainda maior. Resta saber se o Cruzeiro conseguirá, enfim, deixar para trás os erros do passado e construir um futuro mais sólido sob o novo comando técnico.






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